Texto de um ex-aluno da Samuel

O texto a seguir foi solicitado a um aluno para que conste em um livro a ser publicado pela escola ao comemorar 60 anos.
Ex-aluno? parece tão forte... quase negativo... mas o que ele relata no texto, ao meu ver, demonstra um ETERNO ALUNO da Samuel.

“Na escola Samuel é assim, dentro de mim tem um pouco dela…”, mesmo depois de sete anos que saí da Samuel, eu ainda lembro perfeitamente do hino da nossa  escola.                       

Escolhi esse trecho do hino para abrir meu texto porque  eu concordo plenamente com ele, dentro de mim tem um pouco dela, ou melhor, dentro de mim tem muito dela, e dentro dela tem um pouco de mim.                                                                                                                                  

Minha consciência ambiental, meu amor por matemática, história e geografia eu despertei com os meus professores de lá. Não posso deixar de falar em português, afinal, mesmo não gostando muito, tive uma ótima professora. E ainda foi  lá que  tive  a melhor alfabetizadora do município, a professora Zeloí. A minha professora da 3ª série, sempre muito exigente e amiga, e foi lá que tive o meu primeiro professor de informática, àquele que me ensinou amar a informática,  e isso foi tão importante para minha vida  que atualmente estou cursando o penúltimo semestre de Sistemas para Internet na universidade. Aqui não poderia deixar de falar da direção, essa espetacular.

Eu me lembro bem uma das minhas primeiras aulas de geografia, na 5ª série. Nossa professora estava nos explicando como o homem veio da África para o continente americano, como não tínhamos projetor para passar ela usou pedaços de papel picados e colados no mapa mundi representando os homens pré-históricos e seus caminhos até colonizarem todo o nosso continente. Foi uma das melhores aulas de geografia da minha vida.

Outras duas heranças deixadas em mim pela Samuel, e que foram decisivas para minha vida é o  espírito de pesquisa, que na escola era muito trabalhado e essa paixão  por pesquisa trago sempre comigo, atualmente  sou pesquisador de um projeto do CNPQ, pela universidade que estudo e o Trabalhar em Grupo, que também era estimulado ao máximo. Sempre estávamos trabalhando em algum projeto em grupo de alguma matéria, ou em muitos casos, projetos multidisciplinares. Me lembro de todos, mas destaco dois, um pela sua importância nas nossas vidas e pela  ousadia de nossos professores e o outro pelo meu prazer pessoal em fazê-lo. O primeiro tinha como tema as Drogas, aprendemos muito sobre esse assunto. O 2ª  o tema era livre, eu pesquisei As maiores e mais Velhas Plantas do Mundo, descobri muitas coisas interessantes.

Todos os professores que eu tive lá foram muito importantes para mim. Minha primeira professora, uma pessoa fantástica e excepcional educadora. Na época em que entrei na 1ª série, devido minha dificuldade motora, precisei me alfabetizar com um computador o uso do computador era muito pouco difundido na época, então, para me ajudar mais ela foi aprender informática. Meu professor de informática, outro que me ajudou muito mesmo nas suas aulas e buscando softwares para me ajudar nas outras matérias. Minha prof de educação física adaptando atividades para que eu conseguisse realizar sempre junto com a minha turma.

Nunca me esqueço uma vez que minha professora de Artes trouxe uns giz de cera grandes, para eu tentar desenhar sozinho  com minha mão.

Eu fui um aluno de inclusão sim, mas nunca deixei de participar de nenhuma atividade, todos sempre tiveram o cuidado para isso acontecer, fui acolhido por todos com muito carinho desde a direção, professores,  funcionários e também pelos muitos colegas que lá tive.

Da escola Samuel Dietschi, e do que lá vivi, só posso falar com muito orgulho e amor.
Guilherme Finotti
Outubro/2011



Tem outros vídeos de reportagens já publicadas (com certeza ainda haverá mais).